quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Olhos limitados.

Então Boris, o coelho de olhos amarelos e pelo branquinho disse: - Sendo assim, você se torna uma masoquista. Que amor é esse que a faz sofrer, mas que não consegue deixar? Isso a faz bem?
Amellie sentiu um punhal ferindo o seu coração e o dilacerando em mil partes. O ar acabou, sua pele branca passou a ficar palida. O Coelho conseguiu tocar a ferida da doce Amellie, e percebeu que a moça já não tinha mais expressão... quanto mais uma resposta.
Bom, sendo assim passo a considerá-la uma garota fraca e ingênua, muito ingênua. Seria uma experiência e tanto se eu pudesse a levar para o meu País, mas lá só é bem-vindo quem age pela razão. O que não é o seu caso. - Disse Boris.
O silêncio absoluto deixava a situação tensa. Amellie passou a mão em seus cabelos enquanto erguia a cabeça para poder olhar Boris, e respondeu: - Talvez eu não morra sozinha, talvez eu não seja amada como quero ser... talvez eu morra amanhã. Talvez um anjo caido esbarre meu destino e assim, nos casamos. Talvez, talvez! Ah Boris, estou cansada. Não aguento mais minha vida de poréns. Mas não sou forte o suficiente pra deixar o meu amor, não sou. Não sei se isso terá um fim. Meus olhos são limitados e meus sentidos também. Impossível saber o que acontece do lado de lá.
Boris suspira e responde: - Ora ora Amellie... seja forte, deixe acontecer. Sei que os seus sonhos estão virando pesadelos e que as noites bem dormidas se tornaram um desastre, pois agora, mal consegue dormir. Mas acalme-se querida, um dia nós todos ficaremos bem. - Boris deu alguns saltos e esgrefou sua orelha macia na perna de Amellie.

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