E você, aí parado em sua pose. Estagnado, intacto. Nada te atinge não é mesmo?! Queria eu ser assim, como você. Mas que culpa tenho de ser quem sou. Fraco ou não, vou tentando e aprendendo. Mas você, tenha a certeza de que nunca sentirá o que eu senti. Mas me diz. Sente falta do que nunca teve? Ainda pensa em mim antes de dormir? Continua me desejando até em seus sonhos... ou tudo acabou? Ah, já sei. Fui útil enquanto precisou, agora que está tudo ''certo'' não precisa mais de mim.
Pois bem, saboreie a culpa futura e contente-se com lençóis já usados por outros amores. Nunca me terá de volta, esse foi o fim. Faça bom uso de seus olhos de botão e finja que nunca me conheceu, percebi que a indiferença faz parte da sua essência.
Danada essa indiferença, sempre me machuca tanto. E em todo esse tempo, quando reclamei que estava chateada foi porque me tratou com indiferença, assim como na última vez.
Mas aprendi contigo, e farei como tal, serei indiferente.
Passar bem. Ou como disse: ''flw''.
Foi o que Amellie estava escrevendo sem piscar em seu diário secreto que ninguém tinha conhecimento sobre sua existência.
Boris estava atravessando a ponte do lago e a viu sentava sobre uma árvore não tão alta, em forma de T. Ela era assim pois ventava muito naquele local, o que mudou sua estrutura.
Amellie continuava escrevendo e escrevendo, e Boris continuou olhandando de longe. Ficou curioso e decidiu ir até a garota. Chegou de mansinho e em um gesto de submissão disse: - Saudações doce Amellie, posso ver o que escreve de tão interessante? Percebi que não piscou nenhuma vez desde que a vi ao atravessar a ponte.
Amellie não ergueu a cabeça, só levantou os olhos para que pudesse olhá-lo. O vento intenso da região não cessava por um instante e davam vida aos cabelos de Amellie que também não paravam.
Então Amellie disse: - Não é nada importante nem impressionante, querido Boris. Creio que não exista nenhum motivo para ver bobagens... existem coisas mais importantes como colher frutas na floresta azul, conversar com os peixes e passear. Hoje está um dia lindo para tudo isso, não acha?
Boris concentiu e riu, dizendo: - Nunca perde o tato, não é mesmo? Está certa, hoje o dia está perfeito para tudo isso. Mas não posso deixar de acentuar que minha curiosidade é grande e eu adoraria saber o que está fazendo.
Amellie suspirou contrariada. - Se adivinhar, ganha um doce.
Boris levou sua pata esquerda até os bigodes e os alisou, franziu o cenho e respondeu em um timbre manso, quase sussurrando: - sobre o seu Amor.
Amellie estava triste e Boris era capaz de sentir. Sendo assim, era capaz de ajudá-la também.
Amellie tentou esconder sua face olhando para baixo, e disse: - Sim, agora te devo um doce. O que vai querer?
Boris se aproximou e pegou em sua mão: - Ah, vamos comigo. Prometo que vai se divertir. Eu estava fazendo uma torta, vamos até minha casa. Venha.
Amellie desceu, colocou seu chapéu que era de seu pai, arrumou o vestido e colocou o casaco vermelho de lã. E disse pronta: - Vamos querido Boris, faça-me rir.
Boris andou com Amellie até sua casa, chegando, Boris abriu a porta. Era de madeira verde, estava bem velha, e sua maçaneta era dourada e brilhava muito. Ficava no meio da porta.
Amellie entrou. Passando pela área de entrada havia uma pequena biblioteca onde Boris costumava passar a maior parte do tempo. Principalmente quando faz frio, quando ele toma sopa de legumes e lê seus livros preferidos. Então, Amellie comentou: - Acho sua casinha uma doçura, esses livros tem cheiro de ''quero mais''. E é tudo tão interessante... - Amellie parou diante de uma prateleira enorme de livros e pegou um deles, o mais velho de todos. Haviam alguns vestigios de capa, parecia ser azul ciano. Boris olhou para trás por cima dos óculos meia lua e deu um leve tapinha na não de Amellie, dizendo: - Não seja tão curiosa querida, pode se arrepender. Venha, sente-se a mesa.
Boris puxou a cadeira para Amellie e fez com que ela se sentasse. Foi até o outro lado da cozinha e colocou um caldeirão de ferro grande em cima da mesa. Despejou todas as sobras de comida que haviam pelos cantos e deixou fervendo. Foi até o jardim e pegou uma única florzinha amarela, que brilhava. E jogou dentro do caldeirão também. Quando a bela flor tocou toda a mistura uma nuvem rosa de brilho pairou sobre o caldeirão, deixando o rosto de Boris sujo.
O que foi isso?! - Indagou Amellie.
Foi algo mágico, querida. Prove! - Disse Boris, oferecendo-lhe a coisa que acabava de ter feito em uma tigela de ferro.
Amellie pegou a colher e por instantes encarou o que Boris lhe oferecia. E antes de deixar Amellie comer, Boris disse: - Querida, você está cega com seu ódio e passou a não compreender o que real, chega de se machucar. Agora, coma!
Amellie tomou coragem e comeu a primeira colherada. Enquanto degustava, encarava a tigela. Não era nada bonito, mas tinha um charme único e seu cheiro era irresistível. Amellie comeu o caldeirão inteiro e até hoje não se lembra o que tinha escrevido sobre o seu Amor. Acredita-se que Boris a enfeitiçou para que ela não sofresse tanto. Mas nada é certo no mundo de Amellie.
Amellie tomou coragem e comeu a primeira colherada. Enquanto degustava, encarava a tigela. Não era nada bonito, mas tinha um charme único e seu cheiro era irresistível. Amellie comeu o caldeirão inteiro e até hoje não se lembra o que tinha escrevido sobre o seu Amor. Acredita-se que Boris a enfeitiçou para que ela não sofresse tanto. Mas nada é certo no mundo de Amellie.
Nenhum comentário:
Postar um comentário